Coando mosquitos, mas... engolindo camelos

Coando mosquitos, mas...

engolindo camelos... (Pr Carlos Quirino)

“Condutores cegos! que coais um mosquito e engolis um camelo.” ( Mateus 23.24)

            Jesus foi implacável com os fariseus. Isso porque estes queriam ser santarrões, sabichões, donos da verdade, críticos ácidos de tudo e de todos, julgadores impiedosos. Na realidade todos os fariseus gostavam e até hoje gostam de se aparecer. Vestiam roupas diferenciadas e gostavam dos títulos de “mestres’, “ Santos”, “perfeitos”. Vemos que humildade não era e nem é a praia dos fariseus. Mas por que será que estou usando o verbo no presente? Ainda existem fariseus hoje na igreja? No sentido lato da palavra é claro que não! Nos arraiais do Judaísmo talvez, sim. Mas, na prática, desconfio que muitos Arrais de crentes estejam lotados dos seus imitadores.

            Jesus não se conformava com a hipocrisia dos fariseus, “Por fora, bela viola, por dentro, pão bolorento.”  Jesus os chamou de sepulcro caiado... por fora branquinhos, por dentro sujinhos.

            Em vários episódios Jesus alerta-nos para que não ajamos ou sejamos como os tais fariseus, pois eles coavam um mosquito e engoliam um camelo. Mas, espera aí... como assim? É possível um camelo passar por uma goela abaixo?

Óbvio que Jesus está falando em sentido figurado, tipo assim, pessoas que ficam olhando a vida dos outros para comentar, murmurar, maldar, invejar, fazer inferno etc. Na vida alheia, ou dos filhos alheios, não passam um mosquitinho sequer, mas na vida destas pessoas (farisaicas) ou de seus familiares, são filas de camelos descendo goela abaixo. O pior é que a pessoa não os enxergam. Ou melhor, não quer enxergar. Como dizem... o pior cego não é o que não enxerga, mas aquele que não quer enxergar. Cuidado com o farisaismo!